Levando em consideração que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acabou com o “ingrediente” chamado potencialidade para cassar políticos por compra de voto (agora tanto faz comprar um voto, como comprar mil, a potencialidade é a mesma), candidatos a prefeitos que foram derrotados e não se conformam com o desempenho negativo nas urnas, querem provocar uma espécie de segundo turno na Justiça, a exemplo do que aconteceu entre o senador José Maranhão (PMDB) e o atual governador, Cássio Cunha Lima (PSDB). Com base nos exemplos que cassaram o mandato de Cássio, dezenas de candidatos a prefeito (50 pelo menos) que foram derrotados não perderam tempo. Muitos dos candidatos a prefeito que perderam as eleições em mais de 50 municípios ainda estão contratando advogados como os Jonhson Abrantes, Rodrigo Santos Lima, Delosmar Mendonça, José Ricardo Porto, Newton Vita, Marcelo Weick, José Edísio Souto, entre outros, para moverem Aijes (Ações de Investigação Judicial Eleitoral) contra os eleitos.Tudo com base no artigo 41-A da Lei Eleitoral, que prevê a cassação do registro de candidaturas por captação ilícita de sufrágio, ou seja: compra de voto. As primeiras Aijes das quais se tem notícia foram protocoladas pelos advogados do grupo político do ex-deputado Tião Gomes (presidente estadual do PSL) contra o prefeito reeleito Elson Cunha Lima Filho (PDSB). O grupo de Tião Gomes acusa o prefeito de compra de voto durante a campanha. Por determinação judicial, a Polícia chegou a apreender um computador da Prefeitura de Areia que estava sendo utilizado para serviços da campanha do prefeito.De acordo com Tião Gomes, que apoiou o candidato Paulo Gomes para prefeito para oposição, o uso da máquina em Areia foi aberto em favor da candidatura do prefeito. “Não temos outra alternativa senão recorrer à Justiça”, disse Tião Gomes. Em Nova Olinda, duas Aijes foram movidas contra a candidata Maria Galdino Irmão, conhecida como Daguia. Ela foi eleita em uma campanha eivada de denúncias de compra de voto, como puderam constatar a Justiça, o Ministério Público e a Polícia. Alguns dias antes da eleição, uma ordem judicial determinou busca e apreensão na casa de Daguia. Resultado: a Polícia encontrou 59 cheques preenchidos com valores diversos, todos nominais e todos pré-datados para o dia da eleição e para os dias 8 e 10 de outubro.São fortes indícios de compra de votos, conforme afirmou o próprio juiz da Comarca de Piancó, que mandou abrir um inquérito policial para investigar o caso. Os cheques da prefeitura foram encontrados na casa da candidata a prefeita, juntamente com outros documentos que deveriam estar nos arquivos da administração municipal. E mais: no dia da eleição, outro mandado de busca foi cumprido pela Policia, que apreendeu R$ 3,6 mil em dinheiro na casa da candidata. O inquérito policial já foi entregue ao juiz na última quinta-feira. O advogado Rodrigo dos Santos Lima já protocolou Aijes contra os prefeitos eleitos de São José dos Ramos (Aparecida Gonçalves, que derrotou Eduardo Caxias) e Pilões (Félix Antônio Menezes, que derrotou Adriana Aparecida). O advogado Jonhson Abrantes foi contratado para preparar Aijes contra os candidatos vencedores nos municípios de Santarém (Lucrécia Adriana, que derrotou o prefeito Nil Barateiro), Manaíra (José Simão, que derrotou Manoel Rabelo), Nazarezinho (Júnior Braga, que derrotou Amanda Patrício e Francisco Gilson).E mais nos municípios de Santa Cruz (Raimundo Antunes, que derrotou o atual prefeito, Francisco Ferreira), Uiraúna (Glória Geane, que derrotou outros três candidatos), Marizópolis (Francisca Bivânia, que derrotou José Vieira), Belém do Brejo do Cruz (Germano Lacerda, que derrotou Suzana Forte) e Bonito de Santa Fé (Alderi caju, que derrotou Mazinho Rocha), Brejo dos Santos (Lauri Ferreira da Costa, que derrotou Dedé de Livaci) entre outros. Aijes também estão sendo movidas em Jacaraú, Alagoa Grande, Bayex, Santa Rita, Cacaimba de Dentro, Soledade, Santa Luzia, Pitimbu, Ouro Velho, Prata, São Sebastião do Umbuzeiro, Sousa e Cajazeiras, e outros