Dois terços dos prefeitos que eram candidatos à reeleição tiveram sucesso no primeiro turno dos pleitos municipais do país. A taxa de recondução de 67% deste ano foi superior aos índices de 2000 e 2004, que ficaram na faixa de 58%. A emenda da reeleição é de 1997. Dos 3.357 candidatos a um novo mandato, 2.245 prefeitos permanecerão no cargo, segundo dados coletados pela CMN (Confederação Nacional de Municípios). O levantamento foi realizado a partir da análise das eleições de 5.558 cidades onde houve definição dos vencedores já no primeiro turno.As maiores taxas foram verificadas em Ceará (75%), Paraíba (74,3%) e Acre (73,3%). As menores, em Mato Grosso (49,4%) e Amazonas (51,6%). Em São Paulo e Minas Gerais, que possuem o maior número de municípios, os índices de recondução foram de 72,4% e de 68,6%, respectivamente. Dos 392 prefeitos de cidades paulistas candidatos à reeleição, 284 venceram a disputa. Do total de prefeitos do país, 60% concorreu à reeleição no último domingo. Como dois terços destes candidatos foram bem sucedidos, 40% das cidades brasileiras não terão alteração no Executivo em 2009. O partido que mais reelegeu prefeitos foi o PMDB, que obteve um índice de sucesso de 23,4%. No segundo posto do ranking da recondução está o PSDB, com um percentual de 14,39%. Na seqüência estão PP (9,62%), PT (9,27%), PTB (8,46%) e DEM (8,33%). ALTOS: A elevação do percentual de prefeitos reeleitos coincide com um período em que os cofres municipais estão mais gordos. Em 2008, o valor total dos orçamentos dos municípios brasileiros deverá crescer 13% em relação ao ano passado. Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, diz que, em 2007, a soma dos orçamentos municipais atingiu R$ 190 bilhões e em 2008 deve chegar a R$ 215 bilhões. Os cofres das gestões incharam principalmente em virtude do aumento da arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços) nos últimos anos. Até o início da crise no sistema financeiro internacional, a previsão para 2009 era de que o total dos recursos orçamentários da cidades brasileiras iria superar o valor de R$ 240 bilhões, afirmou Ziulkoski. Porém, o abalo na economia global pode comprometer as arrecadações das administrações brasileiras. "Os prefeitos que vão assumir em 2009 estão preocupados. As despesas dos municípios, como as de pessoal, por exemplo estão consolidadas. Os recursos para investimentos [em infra-estrutura] podem sumir. Se a crise se agravar, os prefeitos só poderão fazer o básico do básico", disse o presidente da entidade. Para o presidente da CNM, o incremento no número de prefeitos reeleitos não tem ligação direta com a elevação de gastos orçamentários. Para ele "o aumento de arrecadação sempre vem acompanhado de despesas. As reeleições têm ocorrido porque os prefeitos têm feito boas gestões pelo Brasil".
Folha
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