1. Mais um pacotão para aplacar a crise financeira. Se no início da crise financeira americana havia certo pudor de uma interferência incisiva do Fed, já passou faz tempo. Nesta quinta-feira, o Banco Central dos EUA anunciou que vai injetar US$ 180 bilhões nos mercados por meio do aumento de seus acordos de "swap" com outros cinco bancos centrais (Europeu, da Suíça, da Inglaterra, do Japão e do Canadá). Com esses acordos, os BCs podem emprestar dinheiro entre si a curto prazo, para estabilizar o sistema financeiro em situações de emergência. A expectativa é de que as bolsas reajam positivamente a mais esta ajuda, depois do socorro de US$ 85 bilhões do Fed à seguradora AIG. No entanto, a desconfiança ainda é muito grande. "Há uma completa descrença nos mercados. Não será a última vez que os bancos centrais terão de intervir", disse à Bloomberg Jim O'Neill, economista-chefe do Goldman Sachs.
2. Euforia do crédito no Brasil vai acabar. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considere que os efeitos da crise econômica possam ser "imperceptíveis" para o Brasil, a oferta farta de crédito vai deixar de existir no dia-a-dia do brasileiro. O Globo traz exemplos concretos dessa mudança. Os prazos de financiamento para a compra de automóveis, por exemplo, chegaram a 84 meses sem entrada, mas agora não passam de 72 meses. No ano passado, financiadores desse setor permitiam que o cliente comprometesse até 30% de sua renda na hora de tomar o empréstimo; agora, restringem esse limite entre 20% e 25%.
3. Como Lula vai intervir na Bolívia. Numa entrevista exclusiva à estatal TV Brasil, Lula descartou o envio de tropas à Bolívia para acalmar a situação, mas afirmou que a Polícia Federal deve fazer uma ação conjunta com as autoridades bolivianas para impedir o trânsito sem controle de pessoas e o tráfico de armas na região de fronteira. Lula fala em evitar uma "ingerência" sobre os assuntos do vizinho, mas fez duras críticas ao ex-embaixador americano na Bolívia, Philip Goldberg, expulso pelo presidente Evo Morales. "Se for verdade que o embaixador dos Estados Unidos fazia reunião com a oposição do Evo Morales, ele está correto de mandá-lo embora. O papel de embaixador não é fazer política dentro do país, não”.
4. Tem maleta de grampo ou não tem? O depoimento do ministro da Defesa, Nelson Jobim, à CPI dos Grampos foi decepcionante e pouco esclareceu sobre se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) realmente tem maletas que, além de detectar, também fazem escutas telefônicas. Depois de garantir que a Abin tinha esse tipo de equipamento, ele disse aos parlamentares que "isso dependia de uma investigação". A acusação foi decisiva para o afastamento do diretor da Abin, Paulo Lacerda, como lembra a Folha (para assinantes). Resultado da sessão: ninguém sabe ao certo se a maleta com dupla função existe mesmo e se a Abin a utilizou indevidamente. O cenário dos grampos em Brasília continua como sempre esteve: uma "caixa-preta", para usar uma definição da qual o presidente Lula gosta.
5. Empresas vão poder construir e operar aeroportos. O Valor Econômico afirma ter ouvido de Lula que o governo vai autorizar a iniciativa privada a construir e operar aeroportos. "O governo não tem que cuidar mais de aeroporto. Tem que cuidar é do ar (tráfego aéreo)", disse o presidente. O plano de diminuir o papel do Estado no setor aeroportuário já começou com a decisão de fazer uma concessão para os terminais do Galeão, no Rio, e de Viracopos, em Campinas. Segundo o Valor, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, também deve ser concedido em um segundo momento.
6. Brasil vai fabricar mais um remédio antiaids. O laboratório Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou que já iniciou os estudos para a fabricação de outro remédio usado nos programas antiaids do governo: o anti-retroviral Tenofovir. O anúncio vem um dia depois de a Fiocruz ter afirmado que obteve sucesso na produção de uma versão genérica de outro anti-retroviral, o Efavirenz. "Não vamos nos contentar com isso. Outras drogas virão por aí", disse ao Estadão Eduardo Costa, diretor do Farmanguinhos. A saúde pública agradece.
7. Quem são as vítimas da fome. Um relatório divulgado ontem pela ONU mostra que o número de famintos no planeta chegou a 925 milhões em 2007. Uma reportagem no site de ÉPOCA mostra as caras desse trágico fenômeno ao entrevistar o médico carioca David Souza, da organização Médicos Sem Fronteiras, que viu como a alta dos preços dos alimentos está causando uma desnutrição severa em milhares de etíopes. A situação relatada por ele não chega a ser comparável à grande fome que o país africano enfrentou nos anos 80, mas de qualquer forma merece mais atenção da comunidade internacional.
8. Em SP, uma epidemia chamada mortes no trânsito. O Estadão traz hoje um caderno especial que dá a dimensão de como o trânsito de São Paulo é um problema muito maior do que se imagina. O tráfego de veículos não é só um obstáculo para a economia da cidade, mas também uma questão séria de saúde pública. A média de mortes nas ruas paulistanas é de 4,3 por dia. Segundo o jornal, "trata-se de uma 'epidemia' mais letal que aids e doenças cardíacas e tão violenta quanto os homicídios", de acordo com um levantamento da Secretaria de Transportes.
9. Israel perto de ter uma mulher no comando pela segunda vez. A ministra israelense das Relações Exterior, Tzip Livni, venceu as prévias de seu partido, o Kadima, e é o nome natural para se tornar primeira-ministra do país após a renúncia de Ehud Olmert, prevista para a semana que vem. Ela seria a segunda mulher no comando em 60 anos de existência do Estado israelense, depois de Golda Meir ter ocupado o cargo de primeira-ministra entre 1969 e 1974. O problema, diz o The New York Times, é que a vitória sobre seu colega de partido, Shaul Mofaz, foi muito apertada e há dúvidas de que ela consiga formar uma coalizão com maioria no Parlamento, condição indispensável para governar o país.
10. Rússia assina pacto com Ossétia do Sul e Abkházia. O governo russo assinou um tratado de amizade com líderes das províncias rebeldes da Ossétia do Sul e da Abkházia, antes pertencentes à Geórgia. Segundo a BBC Brasil, o acordo prevê o reconhecimento da dupla cidadania de todos os habitantes das duas regiões, cuja independência foi reconhecida pela Rússia em 26 de agosto. A questão mais complicada está nos assuntos militares. O pacto dá o direito aos russos de instalar bases tanto na Abkházia como na Ossétia do Sul, mas diz que esse tema seria discutido mais profundamente em acordos posteriores.
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